quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Hoje eu ganhei de presente dois lenços franceses. Achei tão chique...
O próximo passo é Bruxelas! haha
Mas tem que ser com a Dani. Só vou pra Bruxelas com meus lenços franceses se a Dani for comigo. E ponto final.

Balanço


Hoje me sinto bem melhor. Como eu sei? Eu só sei.

Sabe aquele amor incomensurável e consumidor de almas? Aquela vontade de morrer depois do sexo, porque já estaria feliz pelo que se passou? E aquela gana de viver quando se acorda, olha para o lado e o vê ali, lindo como uma pintura e você quer viver só para rever essa cena de todos os ângulos e luzes possíveis?
Pois então... esse amor já venceu o seu prazo, restou a vontade de sentir novamente outra experiência, outra pessoa, outro amor.
Mas tenho saudade dessa coisa boa de dizer: nos bastamos! Isso eu quero um dia.
Para sempre? Talvez.

Na ciranda do "se-te-quero-tu-não-queres..." piegas pra cacete, eu sei. Não entrarei mais nessa.

Se não me quiser, vá catar coquinho!!!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

nem tão clara, nem tão simples


O 'porquê' das pessoas serem complicadas é sempre discutido, mas na verdade, ninguém sabe responder. Eu me auto-rotulo uma pessoa complicada, porque na verdade, nem eu mesma entendo certas coisas minhas. Se as pessoas fossem simples, você teria interesse nelas? Alguns diriam: "Não... adoro gente complicada" "Pessoas interessantes são totalmente complicadas!" "Ah, se as pessoas fossem simples de serem entendidas, qual seria a graça?" "Elas poderiam pelo menos saber o que querem!" "Seria bem mais fácil se pessoas viessem com manuais"



Eu concordo com quem diz que o interessante, é desvendar mistérios, é ter o que descobrir, é deixar um vazio. Pessoas complicadas às vezes deixam isso. Bons são os complicados, que aproveitam ao máximo suas complexidades, que não revelam seu mistérios, que são contornados.


Já tem bastante tempo que não se passa um dia sem que eu me pergunte "que faço da minha vida?". Isso até seria bom se eu não tivesse quase 30 anos e por conta deles, trocentos alarmes - emocionais, hormonais, afetivos, sociais, espirituais - apitando constantemente. E eu nem sei dizer de onde vem tanta ansiedade, já que numa olhada panorâmica (e displicente, claro) parece estar tudo no lugar. Tenho até vergonha de ser tão reclamona... tanta gente vivendo uma vida cachorra e eu aqui, em constantes e inúteis crises existenciais. Aff!!.Até quando, jesuiscristo?












segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vambora


Depois de meses de insistências e muitas encontros marcados e desmarcados, ela resolveu aceitar o convite dele para sair. Já não sentia dor, agora era só um vazio que ela ainda não tinha decidido como preencher.

Que mal tinha em sair um pouco, beber um pouco e se divertir um pouco? Tudo muito pouco.

Mas ela aceitou.


Amanhã é dia de tirar o luto.

domingo, 24 de agosto de 2008

Faz parte do meu show

Quando estar ao lado dele é tão gostoso e recíproco, você tenta nem lembrar que daqui a pouco ele vai embora. E você tenta fingir que não se importa quando ele tenta te lembrar, mas é só a ele que você engana. Porque se importa sim, porque não parece justo, porque você queria que ele ficasse.
Então você beija outras bocas pra não se permitir ser toda dele, bocas tão vazias quanto as da sua adolescência. Você olha pra outros olhos pra só se envolver pela metade, pra depois só sentir metade da saudade. Mas só serve pra lembrar o quanto ele é especial, o quão melhor é o beijo dele e que os olhos dele são muito mais reais. Serve pra lembrar o quanto você vai perder. E aumenta ainda mais a saudade.
Eu ainda não tive um filho. Eu ainda não moro sozinha. Eu ainda não te esqueci. São exemplos de coisas que eu ainda não fiz, mas pretendo fazer. É por isso que eu uso o ainda. Se dizem que eu ainda não cheguei em casa é porque um dia eu vou chegar. É pra isso que serve o ainda. Então, não use ainda pra falar sobre nós dois a não ser que se refira ao fim. Não diga ainda quando sabe que a palavra certa é nunca. Posso dizer que ainda não consegui te tirar da minha vida, mas não venha fazer de conta que ainda tem alguma vontade de permanecer nela. Já se foi o tempo em que eu acreditava que ainda ficaríamos juntos.
Não te dou o direito de falar comigo como se eu fosse tola, como se eu já não soubesse a natureza dessa relação, como se eu não soubesse que aqui não há relação.
Então não venha me dizer ainda quando eu só queria que você dormisse ao meu lado.
Algumas vezes a minha vida parece mesmo um filme, quando não parece é porque estou tão afundada nela que não percebo. É porque minha visão ficou turva e a gente acha que isso tudo é real. Real é que não é. Não pode ser real esse mundo estranho demais.
Não pode e não é, pelo menos não do jeito que às vezes eu vejo. Ando pensando nessa vida que a gente vive, e não tem feito tanto sentido. Não que eu não ache que valha a pena e queira me matar, longe de mim. Acho a vida muito válida e sou feliz na maior parte do tempo. Até encontrei alguém que faz sentido, mas ele vai embora. Na verdade eu acho que eu sempre sei o que é certo(?) mas eu sempre esqueço quando o coração fala mais alto que a cabeça - é clichê mas é a mais pura verdade.
Tem gente que consegue ter esse olhar, ver que é tudo ilusão, o tempo todo. Eu tô longe disso. Ainda, eu espero. Sei lá, quero só aprender a dar valor às coisas certas.
Seria bom se a gente pudesse gravar certas coisas para evitar futuras repetições. Eu, como tenho a memória bem comprometida, estaria sempre com o pen drive lotado. Também colocaria lembranças do que acontece quando eu excedonas latinhas de cerveja sem ter previamente me alimentado.
Sem dúvida teria as imagens das crises de choros dramáticas por rapazes não merecedores, pra que eu nunca chorasse uma segunda vez pelo mesmo cidadão ou, na melhor das hipóteses, não chorasse mais a primeira. Gravaria, também, os encontros ruins, para não correr o risco de - em um momento de carência misturado com amnésia - repetí-los. Iria gravar pra nunca mais me esquecer que não é legal fazer em 3 dias o que tive 5 meses para desenvolver. Mas eu não tenho um pen drive para gravar os momentos da minha vida.
Ainda me assusto com o fato de saber que você é alguém que presta atenção em gestos e atos falhos. Assusta saber que se eu confundir uma palavra, você sabe que é mais que um engano, assusta saber que você sabe mais do que eu sobre o que eu achava que mais sabia. Assusta ver entre suas grandes qualidades as minhas grandes faltas. E, ao mesmo tempo, é muito bom.
É tão legal que eu me proibo de lembrar que existem uns muitos quilômetros e interesses separando a gente.
A vontade que dá é de te agredir o coração para que sinta a minha dor, vontade dá é por não poder fazer contigo o que você me faz. E que faço eu se a cada amanhecer encontro intacto esse falso amor que eu protejo sem deixar morrer?
Me dói a saudade de quando eu podia ao menos sonhar com nós dois sem ter de fechar os olhos pra não enxergar a tão clara distância.
Ódio de mim por preferir isso à nada, quando o nada é muito mais do que isso. Ódio de você por me aprisionar nessa maldita cela sem trancas, de portas abertas sem querer sair.
Mas quando você aparece eu posso rir e ser eu mesma, porque eu já era eu mesma antes e você já tinha gostado. E quando eu sou eu mesma e você também, porque você sempre é, a gente dá muito certo juntos, porque eu mesma e você mesmo temos um monte de coisas em comum e achamos interessantes as nossas diferenças.
E quando eu sou eu mesma e você me olha eu gosto muito dos seus olhos, gosto tanto, quase tanto quanto quando você fala coisas tão peculiares que eu nunca escutei de mais ninguém. E aí eu fico muito feliz de ser eu mesma.

sábado, 23 de agosto de 2008

Das escolhas


Tem gente que adora dizer que caiu quando todo mundo viu que se jogou, falar que as coisas acontecem sem assumir nenhuma responsabilidade sobre elas, ó vida, ó azar. Eu já fui muito essa 'gente', pobre vítima do destino. Com esse meu passado já localizado e assumido, fico esperta para não repetir o erro. Na verdade, o que não dá é pra voltar a não me implicar e me fazer de passiva frente a minha própria vida. Não quando eu já aprendi por a mais b que as coisas não são assim.
A bruxa só deu a maçã, a Branca de Neve comeu porque quis. Aliás, ela não tinha nem que abrir a porta sabendo que tinha gente lá fora querendo ela morta.
De repente, eu percebi que tenho muito mais o que fazer do que tentar encontrar qualquer coerência nesse circo. Então, eu vou saindo silenciosamente e deixar que ele apresente sozinho seu próximo número, porque para trocar os papéis e me tornar eu a palhaça é uma linha muito fina.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Desencontrando

É como tampar o sol com a peneira.
Amores passados não enchem barriga.
Recordar não é viver.
Mais vale um amor passado na mão do que dois voando. NÃO!!!!!!!!!!
Eu vou chorar um dia inteiro.
Vou assistir filmes tristes sozinha pra chorar mais.
Ficar em casa trancada no quarto. Vou dormir muito. Fumar vários cigarros , e outro, e depois outro. Escrever cartas que nunca vou entregar.
Tentar me animar, me arrumar, ir pra uma festa. Rir, beber. Pensar. Pensar até não aguentar mais. E continuar sem entender.
Mas tudo o que eu podia fazer eu já fiz.
"Há um desencontro

Veja por esse ponto:

Há tantas pessoas especiais..."

Das coisas que eu acredito


Hoje eu li, na net, que o governador de São Paulo, José Serra, não faz nada sem ouvir seu astrólogo. Ele acredita em horóscopo! E eu também... Na verdade, eu acredito é na Bárbara Abrahmo, astróloga da Folha de Sp. Me interesso pelo assunto desde pequena, eu me lembro que tinha um livro onde dava para ler a sorte com as cartas comuns do baralho. Não tenho mais nem idéia de onde esse foi livro foi parar, com tantas mudanças de casa, mas meu sonho hoje seria achá-lo por aqui. Andei fazendo umas pesquisas inúteis, e descobri que o Carl Segan, que foi o maior astrônomo do mundo, disse que horóscopo é uma bobagem. Segundo ele, podem haver coincidências, só isso.
Eu não acho, meu querido Carl. Acho que o senhor está redondamente enganado.

A cultura ocidental é mesmo toda errada. Se eu fosse budista estaria lidando muito melhor com todas essas situações que têm aparecido na minha vida. como por exemplo, lidar com o desapego.

Nesse ponto eu sou ocidental ao extremo. A número um das apegadas. Mas "seu" dalai-lama há de me ajudar e eu hei de conseguir!!

Primeiro, estou tentei trabalhar o desapego às pequenas coisas, tipo as tranqueiras que eu guardo (bem canceriana!) e precisam ser jogadas fora. Venci. Consegui. Doei, rasguei, me desfiz. Agora estou lidando com um nível médio, que é o desapego ao meu cabelo comprido. Semana que vem saberei quem venceu. Tomara que seja a eu-quase-budista.

Mas difícil mesmo vai ser lidar com os desapegos grandões que vêm por aí. Ai, como vai ser difícil...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Das verdades e dos segredos

Bom, depois de tanto divagar sobre minhas dores e amores, resolvi fazer um post sobre confissões. Pra descontrair.Esse açúcar exagerado das últimas postagens vai é acabar me deixando diabética. Se eu torcer alguns, sai até lágrima.
Então pensei em escrever algo hilário, ou irônico. Aqui vão algumas delas, quem quiser que se divirta:
Eu gosto de Fábio Júnior. De verdade. De cantar as músicas dele com os olhinhos fechados e tudo. Mas ninguém precisa saber disso, não é mesmo? É segredo...
Eu já descrevi detalhadamente algumas transas ridículas para algumas amigas. E amigos também. E se eu souber que alguém comentou isso, eu nego. Ah, e já que estamos nesse assunto, para quem me pergunta, “com quantos”, eu minto sempre. E pra baixo, claro. Boca de siri!!! hahaha
Se algum cara me chamar de gata, deusa, ou princesa, eu o bloqueio no msn.
Eu sinto uma vontade enorme de mandar a merda quando escuto alguém dizer “a nível de”, ou qualquer outro assassinato a língua portuguesa. E internamente agradeço por não falar asneiras desse tamanho. Acontece é que eu me acho! Só que ficaria feio pra mim admitir isso!
Se me convidam para qualquer coisa que inclua pagode, funk, muita gente suada e muita cerveja, meu cérebro dispara : "Pobre! Pobre! Pobre!" E eu sorrio, recuso educadamente e a gente se dá bem.
Eu já tive porres enormes, de ter feitos coisas absurdas e até hoje se alguém comenta, digo ser mentira.
Já fiz xixi no mar.
Eu já pisei em pessoas, eu já magoei propositalmente. E eu muitas vezes toco no ponto mais sensível de alguém. É só pisar no meu calo. Mas isso não é coisa que a gente saia confessando assim sem mais nem menos.
Eu tenho cara de metida. E gosto. Entre falar e calar, eu falo.
Eu sou bem assim. Bem estranha.

Ainda tem o seu perfume pela casa...


Das frustrações


ocê divide a mesma cama com alguém, traça roteiro de viagem, viaja, torra o dinheiro - que você não tem - indo e vindo, gasta seu tempo, sua juventude, suas forças. Você supera coisas que jamais pensou que fosse suportar. Você finge que não vê outras tantas e, lá pelas tantas, você vê que foi tudo em vão. Cadê o “na saúde e na doença, na alegria e na tristeza” e aquela história toda? Cadê o “até que a morte nos separe”?

Na minha cabeça, duas pessoas que se amam deveriam formar um casal apaixonado. Daqueles que a gente vê em filme. Com beijo romântico no pôr-do-sol. Na minha imaginação adolescente, o amor nunca perde o viço. Era só isso que eu pedia pra mim. Flores, frases, vinhos, praias, corações, edredons. Mas quem mandou eu acreditar nos filmes, nos livros, nos textos, nas palavras, nas promessas?
Se o amor tem um preço, é este: amar vinte quatro horas por dia, sete dias por semana. Amar cem por cento. Amar por inteiro. Infinito. Sem data de validade ou prazo pra expirar. Dar sem garantias de receber nada em troca. Apostar todas as suas fichas.

Eu não sou fácil, não me vendo, não aceito migalhas, não gosto de metades. Sou erótica, sou neurótica. Sou boa, sou má. Sou uma mala. Sou difícil de carregar. Mas não sou um brinquedinho.
Entendo perfeitamente crimes passionais. Entendo perfeitamente quando minha amiga diz que não consegue conversar mais com o ex-namorado porque ela tem vontade de bater nele. Sinceramente, entendo. Quando alguém te machuca, te decepciona, te magoa, a dor é tão grande que você quer agredir a pessoa de volta. Você se sente impotente. Enganado. Ferido. Frustrado. Dá vontade de matar. De morrer. De sumir. Seu mundo desaba bem na sua frente. Você sente que perdeu seu tempo, sua vida, sua auto-estima, suas forças. E qual a pena pro agressor nesse caso? Qual a pena pra alguém que entrou na sua vida, na sua casa, nos seus sonhos, nos seus planos e, num piscar de olhos, destruiu tudo como se tivesse esse direito?
Dizem que, quando a gente ama alguém, deve deixar livre. Então, realmente não sei amar. Não consigo dizer que amo e ficar longe. Não consigo gostar e não ter notícia. Não me dou bem com a distância. Não entendo quem gosta e não quer ficar junto.

Não entendo quem diz que ama e não sabe se quer. Não entendo alguém que quer certezas sem apostar no relacionamento.
Para mim, acabou a graça de sair pra paquerar carinhas que não vão dar em nada. Acabaram as noites sem dias seguintes, os dias seguintes que ainda eram a balada da noite anterior. Eu me viciei em querer uma pessoa só. Uma pessoa que agüenta todas suas manias. Uma pessoa que criou nela o hábito dele. Que viciou ela nele. E agora o vício dela é repetir ele. O vício dele. Vinte quatro horas dele. Sete dias por semana ele. Acorda, ele. Dorme, ele. Só ele.
Eu sou aquela faz todas as vontades dele, viaja, ri, canta, come, beija.
Eu prefiro acordar de manhã e saber pra quem ligar do que tentar lembrar o nome da noite anterior. Prefiro estar com alguém que conheça meus defeitos, que tolere minhas pirraças, que me ame apesar do que eu sou.
Como se preferir fosse algo que eu tivesse escolhido. Não foi.




Daquilo que não mais se vê

Você se preocupa comigo.Você se preocupa se eu vou arrumar logo um emprego. Você quer me levar ao médico cada vez que eu dou um espirro diferente do normal. Você quer me levar sempre aos melhores lugares. Você faz questão que eu esteja linda. Mais porque sabe que eu me preocupo com a aparência, do que por você mesmo.
Por você eu poderia acordar e dormir descabelada. Você consegue me achar linda de manhã cedo e fazer eu me sentir a Gisele Bundchen. Você diz que me ama vinte vezes por dia e me faz querer passar o resto dos meus dias com você.
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Já fui só emoção. Daquele tipo de mulher que desliga telefone na cara, depois liga de novo. Que termina namoro na hora que está irritada. Que vai embora da casa do namorado carregando a mala. Que procura pra voltar, em prantos. Que fala, grita, xinga e chora ao mesmo tempo. Nada que uma dose cavalar de razão e cabeça fria não resolvam. Hoje, deixo as coisas pra resolver depois. De cabeça fria, a gente pensa melhor e corre menos risco de fazer merda.
Hoje, depois de ter dito muita coisa que magoou muita gente e ter ouvido muita coisa que me magoou, eu penso antes de falar. Eu respiro fundo e conto até cem mil se precisar. A palavra dita não tem volta. A ferida que ela causa fica pra sempre.
Então, hoje, prefiro ser mais razão e menos emoção. Prefiro demorar pra tomar decisões, mas fazer a coisa certa.

O que o tempo leva


Eu sei que não sou um exemplo de bom comportamento nem tenho no currículo uma coleção de finais felizes. Eu sei que eu meto os pés pelas mãos na maioria das vezes. Eu sei que quando se trata de relacionamento, eu tenho ciúme, eu sou insegura, eu faço cena. Eu sei de tudo isso e, acredite, eu tento melhorar (apesar de não estar funcionando ainda!). Mas o que eu mais sei é que a gente só aprende dando cabeçada por aí.
Então por que é que as pessoas se acham capacitadas em dar palpites na vida das outras? Alguém me explica?Por que a gente sempre tem a fórmula mágica pra vida dos outros?



A gente quebra a cara. Sofre. Leva pé-na-bunda. Se decepciona com todo tipo de gente. Mas no final, a gente aprende alguma coisa que não aprenderia se tivesse feito tudo certo. Tudo certo demais me cansa. Muito Pollyanna pro meu gosto. O mundo não teria graça se tudo fosse perfeito e se todo mundo tivesse a resposta pro problema alheio antes mesmo do alheio ensaiar querer um conselho. Deixe que eu caminhe com minhas próprias pernas curtas dando meus passos pequenos. Um de cada vez. Deixe que eu caia, levante e comece de novo se precisar.



Amanhã é sexta feira


odas as sextas-feiras são uma tortura pra mim: não tenho ninguém com quem sair no fim-de-semana, a não ser meus poucos e bons amigos. Nos sábados, fico vendo documentários em casa; nos domingos, leio o jornal de cabo a rabo, bebendo e sentada no chão.
Queria negar minha condição de sozinha; deixo a televisão ligada só pra escutar vozes, pra que o quarto não pareça tão vazio. Gosto dos livros que faziam com que eu imaginasse cenários, cenários de locais distantes; chorava bastante, percebi o quanto eu andava dependente de ter alguém para me auto-afirmar, pra evitar olhar pra mim... pra minha condição de só (coisa que todos nós somos). Hoje reconheço que sei lidar com isso, embora às vezes ainda me sinta perdida quando vejo que só posso contar comigo mesma. Aprendi a curtir minha solidão, a sair sozinha, a me divertir, a restabelecer o contato com amigos que eu tinha deixado pra lá, a olhar pras minhas necessidades, a me cuidar. Aprendi a gostar um pouco mais de mim, a me achar uma pessoa legal pra se passar o tempo, eu até gosto da minha companhia. Fortaleci minha auto-estima com isso, sem precisar de bajulações alheias, ficando bem independente disso

Apesar disso, ainda fico um pouco vulnerável; as pessoas encaram a mulher sozinha com dó, pena... às vezes desdém; alguns comentam que você tenha virado sapatão, tenha pego asco de homem; se você sai na noite, é uma puuuta galinha, qualquer amigo é empurrado como candidato a namorado.

Mas que putaria é essa, eu não posso querer ficar sozinha? Eu não posso ser respeitada?

Eu não quero ter ninguém. Não agora. Porque nunca vai ser igual. Ninguém tem esse gosto, ninguém tem esse cheiro bem ali atrás da orelha, esse jeitinho de terminar um beijo.

Ninguém tem esse olhar que me frita, que me faz pensar em sexo quando estou cortando cebola. Ninguém tem essa voz que faz minhas pernas se abrirem automaticamente, ninguém arranca esses gritos, esses pedidos falsos para parar.

Não é o momento. Já ouvi isso antes e agora chegou a minha vez de ser a idiota. Sou obrigada a abrir mão de você, de todas as risadas que arranca de mim, de todas as possibilidades de um futuro feliz. Tenho medo do tempo passar depressa demais e de um dia bater à sua porta e dar de cara com sua esposa perfeita, carregando um bebê-propaganda, em uma casa tinindo de limpa, cheirando a uma felicidade insuportável e inabalável. Diria que errei de número e perguntaria onde tem um bar. Passaria o dia bebendo sozinha, esperando que você passasse só pra ter o prazer de me ver conformada.

Sou uma imbecil, eu sei. Você me faz querer ser melhor.

Abre essa janela


Há alguns meses atrás, eu cortei relações com uma pessoa que estava presente na minha vida há muito tempo. Tivemos um relacionamento por mais de três anos, terminamos, mas nos dávamos relativamente bem. Acabou pq nossa relação estava desgastada, e eu, em vez de tentar mais uma vez, desisti. Foi a melhor opção que fiz em toda a minha vida.

Ainda assim, não deixamos de ser amigos. Apesar de todas as atrocidades ditas, todos os gestos mal feitos, todas as acusações infundadas. Por mais de um ano conseguimos manter um relacionamento amigável. As pessoas estranhavam, como é que se faz para ser amiga de ex namorado? Não sei. Mas eu era.


O que sei é que há algum tempo essa pessoa passou a me mandar emails ofensivos, iguaizinhos aqueles da época em que namorávamos e dividimos o mesmo teto por seis meses. O que aconteceu? Boa pergunta... Não tentei dscobrir, não procurei, não fui atrás.


Desisti da pessoa, como ser humano mesmo.


Hoje, e somente hoje, percebo que o que eu fiz foi extremamente errado. Primeiro por desperdiçar algumas (poucas e raras) recordações boas.
Mas acho que, quando a gente tem uma atitude infantil dessas, um dia ela acaba pesando na consciência, e então a gente cresce. E é por isso que eu torço pra que um dia ele me peça desculpas. Não para aliviar o peso dele na consciência, afinal, o mal já está feito, mas porque eu mereço respeito, como todo ser humano.

Game Over??


alvez ele não seja o homem da minha vida, mas eu gosto dele. Não quero que ele vá embora. Pode ser muito egoísmo da minha parte, mas eu gosto de tê-lo por perto. E não sei se ele vai se dar bem longe. Eu tb acho que ele precisa de mim, das minhas preocupações.
Eu não gosto de despedidas e detesto sofrer por antecipação, mas há um certo ponto em que se torna muito difícil aproveitar o momento sem pensar nas conseqüências e no futuro. Mas, de verdade, eu gostaria de viver tudo aquilo que eu sonho antes dele partir de vez. Porque eu sei que ele vai partir um dia, forever. Mas, quem sabe, possamos continuar de onde paramos. Ou de onde ainda nem começamos.


"Você diz que vai rasgar suas fotos, e ele não vai chorar.
Você diz que vai apagar todas as suas recordações da sua memória, e ele não vai chorar.
Você diz que não quer vê-lo nunca mais, e ele não vai chorar.
Você diz que quer que ele a esqueça, pois você vai esquecê-lo, e ele não vai chorar.
Você diz que tudo que sentia por ele faz parte do passado, e ele não vai chorar.
Você é seca, fala sério, sem lágrimas de arrependimento, e ele não vai chorar.
Você diz que não o ama, e ele não vai chorar.

Será? "

Pra variar um pouco.


O meu passado com ele é algo que eu me recuso a esquecer, a deixar morrer dentro de mim. E, por mais que eu não deva viver de sonhos, o sonho de ter ficado com ele é mais forte que a realidade à minha volta. Não importa quantas despedidas e quantas recaídas eu já assumi ter tido nesta minha vida. Por mais que as pessoas não acreditem mais em mim - nem eu mesma acredito em mim - eu tento tirá-lo do meu coração, mas é simplesmente impossível. Ele se infiltrou de tal forma que conquistou não só a mim, mas a todos os meus amigos, que também são os dele, a ponto de não conseguirem mais me imaginar com outra pessoa que não ele.
Este desabafo é pela minha incapacidade de largar os contos-de-fadas sobre este mesmo rapaz. No começo, não queria pensar muito a respeito do que aconteceu entre nós, pois estava muito desolada. E há algum tempo atrás havia decidido esquecê-lo de vez. Fugi para longe, outro estado, outra vida. Até que, um dia, convenci-me de que não sentia mais nada, que eu tinha finalmente superado. Depois do último encontro, racionalmente cheguei à conclusão de que essa superação é completamente utópica - não tem como, mesmo sem conviver com ele, eu ainda o amo, e ainda que eu aceite que ele se relacione com outras pessoas, e no futuro se case com uma delas, e ainda que eu namore outra pessoa, ainda assim eu o amo. E termino esse texto com uma estorinha que li já faz um tempão, na net:


"Acordou sem saber que horas eram. Não queria saber, não importava. Devia ser o mesmo horário que acordava todos os dias. Com os olhos ainda inchados levantou, foi ao armário, pegou uma roupa qualquer. Ainda com os pés descalços, caminhou pela cerâmica fria do apartamento, abriu a geladeira e pegou a caixa de leite. Comeu alguns biscoitos maizena, em pé mesmo, na bancada da pia. Deixou o copo sujo na pia da cozinha. Foi ao banheiro, escovou os dentes e penteou o cabelo sem olhar muito para o espelho. Caminhou para o quarto, sentou no chão, procurou um par de meias na gaveta. Calçou seus tênis, pegou suas coisas e trancou a porta de casa. Pensou:
- Bem que alguma coisa diferente poderia acontecer comigo hoje.
Pôs o pé pra fora de casa, veio um carro e passou por cima. Morreu na hora. Pra variar um pouco."

Das vontades


Hoje assisti mais uma vez Beleza Americana. Amo esse filme. Mandar para o lixo a carreira bem-comportada depois de uma conversa franca com o chefe e ir trabalhar numa lanchonete, sem metas e cobranças que fossem além de entregar com um sorriso o hambúrguer para o freguês. Comprar um carro lindo mas imprestável e depois correr atrás de uma garota como se ele fosse também, um garoto. Remando contra a correnteza.
Em oito meses desse ano, perdi um emprego que detestava, mas que pagava minhas contas; um apartamento que adorava e um namorado que eu amava; além de ter sido assaltada por um sujeitinho medonho, armado e filho da puta. E além de tudo, não ter com quem contar. Fica difícil não sonhar com uma nova vida...
Sabemos que temos que contar com nós mesmos, e no entanto quase sempre depositamos nossa felicidade (ou infelicidade) nos outros. Ninguém pode nos ajudar se nós próprios não nos ajudamos. Ninguém mesmo: nem a mãe, nem o pai, o amigo, o irmão, o namorada ou o marido. Ninguém. Vivemos num mundo em que a solidão é tratada como um estigma, um mal a evitar. E poucas coisas me enchem de tamanho horror quanto a solidão. É porque não contamos com nós mesmos. Pois é, estamos sempre fugindo de nós mesmos.
A única coisa que temos sob nosso controle somos nós. Nossa mente e nossas ações. O resto, não. Seu namorado deixou você? É triste, se você gosta dele, mas infelizmente não está no nosso controle obrigá-lo a amá-la até o último dia. Sob seu controle está você mesmo. É com você mesmo que você deve contar. Não pode haver mais sólido refúgio do que esse contra as adversidades e incertezas da vida.

Ainda assim, sofro, sinto falta e quase me entrego. Cheguei e fui muito bem-vinda ao clube das relações tóxicas. Onde não há esperança de melhora. Há uma teimosia neurótica de seguir em frente, com crises constantes e cada vez piores. Num certo momento, mesmo que você, num espasmo de razão, veja que não existe sentido em continuar, se sente como que tomado de impotência. A impressão é que uma corrente o liga àquele homem que a reduziu a nada. Você jura que vai embora. Jura que jamais deixará seus ouvidos serem massacrados com tantas palavras negativas. E no entanto ali permanece, exposto a ataques insistentes.
Finais romanticamente lindos só são conseguidos por casais que não se deixaram tomar pela toxicidade. Nos casos amorosos tóxicos, os braços demoram infinitamente para se desenlaçar. E, quando aparece enfim, o desenlace é, quase sempre, para que as mãos desimpedidas atirem pedras.
O sofrimento pode viciar tanto quanto o cigarro ou sorvete de chocolate. E existe tb um fator físico poderoso: o sexo. Quanto mais tóxica a relação, melhor aparentemente o sexo. Horas incessantes de inferno são substituídas por momentos de glória sexual. Parece fantástico, mas não é. Não sei se posso me enquadrar nessa categoria. Nosso amor não era tóxico, mas ainda assim acabou (?).

Mas e a dor? A dor da perda de um amor. A gente imagina que vai morrer sem ele. Como dói aquela ausência. Como dói a perspectiva de nunca mais ter nos braços alguém que a gente imaginava ao nosso lado para sempre. Nunca mais. E no entanto quando aquela dor torturadora se vai, vencida enfim pelo correr dos longos dias, o que sentimos não é alívio, mas vazio e frustração. É como se pensássemos: o grande amor exige uma dor eterna, um luto no coração até o último dia. Só que a dor, como disse Proust, dura ainda menos que a beleza.

Mais do mesmo


Depois de três anos sem postar, hoje resolvi escrever um pouco. Acho que fiquei sensibilizada pelo blog tão lindo e tão delicado da amiga que eu amo tanto, a Dani. Sei que nunca vou conseguir escrever tão bem quanto ela, mas , enfim, depois de quatro cervejas e um pouco de choro, aqui estou eu.
A noite não foi muito boa para mim. Não gostei muito de vc ter mudado os seus planos e não se importar com os meus, mas fazer o que, né?! Se é o que temos, azar o meu. Mas ainda assim fiquei chateada. Sinto que sempre faço o papel de boba na história.

Tenho sido leal ao que sinto. Tenho tido muitos transtornos com isso. Rompi com a utopia. Com gente que insiste em dizer o que não sente, sentir diferente do que diz, camuflar a verdade. Cansei de ser permissiva. Já me basta a fragilidade que a necessidade de perdoar me impõe. Ninguém quer mesmo saber a verdade, não serei eu, a que insiste em não rodear. Nos últimos tempos, qualquer coisa que eu digo vira manchete. Sei que quase todo mundo se esconde com medo de se envolver. Quem me teve, me pediu pra sair; quem não viu parou para ouvir; todo mundo tem suas conclusões e quem não as têm, toma emprestado de alguém (porque é mais simples que pensar), mas ninguém me perguntou nada... Mas tenho sido leal ao que sinto. É preciso ter muita coragem para isso. Busco novidades, em mim, em vãos, em cima, durante e depois. Eu e minha montanha russa. Minha paixão indescritível por tudo que vibra, respira e goza. Tenho vontade de ser sincera. Sempre. Mas isso quase nunca acontece. Ainda sou convencional demais e, a vida fica meio assim: meio Roberto Carlos, meio Almodóvar, meio Nelson Rodrigues, enfim, a vida simples, brega como ela é. Pequenas estórias acumuladas num dia inteiro, um mês, um ano. E a pergunta ressoando... Como você está? A overdose de informação matando minha capacidade de discernimento. Tensão. Resposta:" Bem, e vc?"

Sempre senti amor de uma maneira quase visceral.. sempre sofri o amor assim também.Tenho uma veia mexicana no desenrolar de minhas estórias. Tudo sempre forte, impactante, transtornado.. Meu mundo de amor as vezes usa blush demais.Tenho aprendido a reconhecer os porquês, a separar real de imaginação. Logo eu que amei tanta gente que eu mesma criei e que nunca existiram de verdade. Às vezes minha realidade parece ficção. Um dia me disseram que eu escolhia as pessoas de que me aproximo mais, e me senti ofendida por isso. Quer saber? Tenho deixado as aproximações por conta de um amor mais sábio do que o meu. E isso me torna cada vez mais seletiva, e menos anarquista. Graças a Deus.

Qual o contrário de dois? Um eu sozinho, um você sozinho.

Não queria que ele fosse embora, mas era isso que ele queria, e contra isso já sei que não dá pra lutar, porque é dar com a cabeça na parede... E assim estamos, ou seja, não estamos. Ou seja lá o que for. Cansei de tentar descobrir. Não estamos falando a mesma língua e às vezes tenho vontade de sacudí-lo pelo pescoço!!! Virá-lo de cabeça pra baixo pra ver se me entende. Mas na maioria das vezes queria só poder sentar do seu lado ou deitar no seu colo, como hoje, fechar os olhos, desfrutar do seu carinho, e esquecer da vida...

Como sei que você nunca entenderá meus princípios de amor? Quando eu não ligo, você não procura.. fica enfezado e mede distância. Se não houve convite, é tempestade, estou sempre tendo que pedir desculpas, você quase nunca sabe nada de mim, porque quase sempre, pergunta muito pouco. Quando não consigo responder, vc insiste em saber, quando eu finalmente respondo vc muda de assunto. Não existe silêncio cúmplice entre nós, quando preciso, tenho que pedir.. isso não é amizade, nem amor: é transtorno.

O homem que não quer ser escravo do seu desejo, já o é, uma vez que deseja não desejar.

Não consigo fugir do que sinto e muito menos do que acredito. Ficar com alguém estando apaixonada por outro é algo bem estranho. Tudo parece meio sem jeito, meio forçado, meio que fora do lugar. Mas fazer o que quando não se é correspondida ? E quando se cansa de esperar por algo que lá no fundo você sabe que não vai acontecer ? Eu juro que resolvi seguir adiante , deixar pra lá, usar a frase feita: " a vida continua", por que o " a fila anda" não combina comigo, nem com os meus sentimentos .Então, dar esse passo foi bom, foi muito bom, mas essa sensação de faltar alguma coisa me fez pensar muito sobre o que quero, sobre meus sentimentos e a intensidade deles. Concluí o que já sabia , meus sentimentos são muito fortes, não me lembrava de me sentir assim outras vezes, mas a principal conclusão foi perceber que não adianta alimentar esses sentimentos se quem poderia e deveria recebê-los não os deseja. Preciso esquecer, me dar novas chances e definir essa situação.

Eu amei muito, sim, e agora posso usar esse tempo verbal, e dizer por experiência que amor não tem mesmo razão, ele acontece e pronto, não tem como explicar, teorizar, provar... quando você vê ele existe , e é só....você sente e não tem como discutir. Amei como não amava faz muito tempo, foi forte e quando esse amor foi "obrigado" a ir embora, ele foi devastador. O meu mal de amor virou um mal físico, eu não comia, tudo me enjoava, eu queria chorar, queria entender mas era mais forte do que eu, não cabia ser racional, aprendi que nem tudo se controla. Por muitas vezes eu queria ter dito muitas coisas, chorar, contar o que eu sentia, reclamar, perguntar porque não comigo, ou onde eu tinha errado, mas tinha um pequeno detalhe: entre nós sempre existiu algo muito especial além da coisa carnal, criamos laços de amizade e eu sabia que tinha que optar por manter esses laços ou despejar todas aquelas coisas que estavam borbulhando dentro de mim e correr o risco de nunca mais falar com você. Tentei ser indiferente, mesmo sentindo meu coração bater forte e minha face esquentar, eu ainda o amava, mas na hora achei que mais valia manter a amizade. Queria conseguir não esconder tanto o que sinto quando você provoca mil pequenas mortes em meu coração agonizante. Ou mesmo quando você faz a minha carne triste quase feliz...

Hoje mais uma vez meu coração se partiu. Não brigamos, nem discutimos, ele nem se deu conta... Mas eu percebi que queremos coisas diferentes, ele disse com razão que por algum motivo não estamos na mesma sintonia, e é verdade. Eu não posso mais ficar assim, dia sim, dia não, recolhendo meus caquinhos e tentando colocar as coisas no lugar. Não posso estar nessa montanha-russa de emoções sem saber pra onde estou indo, e sem saber se ele está do meu lado ou não. O amor é, mas não basta...

Mais decepções ocorreram, simplesmente porque ele não foi capaz de fazer o que ele mesmo disse que faria. Será que sou uma pessoa tão difícil por querer simplesmente que as pessoas cumprar o que digam?? Quantas vezes já disse, se não pensa em fazer uma coisa, não me diz que vai fazer. Não tem problema, eu posso entender que as pessoas são diferentes e cada uma é livre pra fazer o que melhor entender, mas NÃO ENTENDO quando dizem que vão fazer uma coisa e não fazem. Pra mim é falta de consideração...

Já percebi que com o passar do tempo somos praticamente as mesmas pessoas, exceto pelos livros que lemos e as pessoas que encontramos. Acredito que cada pessoa que cruza com a gente, mesmo que por alguns minutos onde existe o contato, tem algo para nós, uma mensagem por assim dizer, da mesma maneira que algo de nós ficará com ela, lhe tocará de uma maneira especial naquele momento, o que fará toda a diferença para ambos. Mas sei também que não somos nós que escolhemos os livros que lemos (ainda que pensemos assim), são eles que nos escolhem. E da mesma forma que acontece com as pessoas, a mensagem está ali.

Duas semanas sem o menor contato é o mais longe do que eu já consegui chegar. Muito difícil, muito dolorido. Pra cada impulso de pegar o telefone e ligar vem a razão se defendendo me lembrando que depois vem o sofrimento. Não só o meu, mas o dele também. E isso não é justo, porque a decisão já foi tomada... Mas dói. E muito.Quase seis meses e a nuvenzinha negra vai e volta sem avisar, deixando meu coração em pedaços com cada visita à ele que eu faço. Cada vez que eu acho que as coisas vão melhorar, em um instante tudo volta ao que era, e às vezes até pior. Problemas, falta de tempo, dinheiro, descanso, meus olhos sempre fechando e eu sigo em frente à base de cafezinhos e hibernações no fim de semana. E o pior de tudo, problemas no amor... Porque quando o coração está bem, a gente sempre consegue tirar forças não sei de onde pra enfrentar os problemas. É como se a gente soubesse que aconteça o que acontecer, vai ter alguém ali. Nunca devemos deixar que nossa felicidade dependa de outra pessoa, mas quando não temos ninguém, é muito mais difícil reunir essa força toda pra enfrentar as coisas. E não é questão de dependência, não. É igual que quando somos bebês e aprendemos a andar. Os primeiros passos sempre são em direção aos nossos pais, pq sabemos que eles estão ali e isso nos faz ter coragem de seguir em frente. Mas mesmo sem eles, andaríamos igual. Porque é claro que acabamos sempre seguindo em frente, mesmo sozinhos, mas a tendência de complicar em vez de simplificar é enorme.

Quisera eu poder conectar meu coração ao seu coração, transmitir dados igual que fazemos com nossas máquinas. Sem possibilidade de erro, arquivo a arquivo, download completo. Quem sabe assim ficasse mais fácil, sei lá. Porque risco sempre há. E se prender ao medo é perder a grandeza da experiência em si, seja ela qual for. Porque não passo um dia sequer sem dizer, ao menos a mim mesma, que te amo, que sinto saudades, que vc é o homem da minha vida. Porque quero que vc saiba disso sempre. Porque pode ser que seja a última oportunidade. Porque pode ser que eu não esteja mais aqui amanhã, ou vc. E eu teria então perdido a oportunidade de abrir meu coração.

Não meço palavras, não meço meu amor por vc, mesmo sabendo que vc pode algum dia não ser merecedor desse amor. Se eu ficar pensando nisso, perco o momento. E quando olhar pra trás, em vez de ver a intensidade das coisas que vivi, verei sempre tudo vivido pela metade.

Nessa vida não existe a certeza de nada. Minha única certeza é que todos meus momentos são verdadeiros, e completos, e são seus. Porque é vc quem está nos meus pensamentos e no meu coração a cada segundo, em cada palavra trocada com quem quer que seja, em cada coisa que faço, em cada suspiro antes de dormir. Mesmo que vc não queira. Mesmo que vc insista em não saber...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008