quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pra variar um pouco.


O meu passado com ele é algo que eu me recuso a esquecer, a deixar morrer dentro de mim. E, por mais que eu não deva viver de sonhos, o sonho de ter ficado com ele é mais forte que a realidade à minha volta. Não importa quantas despedidas e quantas recaídas eu já assumi ter tido nesta minha vida. Por mais que as pessoas não acreditem mais em mim - nem eu mesma acredito em mim - eu tento tirá-lo do meu coração, mas é simplesmente impossível. Ele se infiltrou de tal forma que conquistou não só a mim, mas a todos os meus amigos, que também são os dele, a ponto de não conseguirem mais me imaginar com outra pessoa que não ele.
Este desabafo é pela minha incapacidade de largar os contos-de-fadas sobre este mesmo rapaz. No começo, não queria pensar muito a respeito do que aconteceu entre nós, pois estava muito desolada. E há algum tempo atrás havia decidido esquecê-lo de vez. Fugi para longe, outro estado, outra vida. Até que, um dia, convenci-me de que não sentia mais nada, que eu tinha finalmente superado. Depois do último encontro, racionalmente cheguei à conclusão de que essa superação é completamente utópica - não tem como, mesmo sem conviver com ele, eu ainda o amo, e ainda que eu aceite que ele se relacione com outras pessoas, e no futuro se case com uma delas, e ainda que eu namore outra pessoa, ainda assim eu o amo. E termino esse texto com uma estorinha que li já faz um tempão, na net:


"Acordou sem saber que horas eram. Não queria saber, não importava. Devia ser o mesmo horário que acordava todos os dias. Com os olhos ainda inchados levantou, foi ao armário, pegou uma roupa qualquer. Ainda com os pés descalços, caminhou pela cerâmica fria do apartamento, abriu a geladeira e pegou a caixa de leite. Comeu alguns biscoitos maizena, em pé mesmo, na bancada da pia. Deixou o copo sujo na pia da cozinha. Foi ao banheiro, escovou os dentes e penteou o cabelo sem olhar muito para o espelho. Caminhou para o quarto, sentou no chão, procurou um par de meias na gaveta. Calçou seus tênis, pegou suas coisas e trancou a porta de casa. Pensou:
- Bem que alguma coisa diferente poderia acontecer comigo hoje.
Pôs o pé pra fora de casa, veio um carro e passou por cima. Morreu na hora. Pra variar um pouco."

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